Precificar um projeto de arquitetura não é só um desafio apenas para os iniciantes. Muitas vezes, essa é uma tarefa complicada até para arquitetos veteranos, que nem sempre sabem como calcular e somar os valores das despesas básicas, das ideias, da sofisticação, da marca e, claro, do lucro de projeto de arquitetura.
Por isso, elaboramos um guia com sete etapas para que você não se esqueça de nada quando for estabelecer o valor justo para o seu trabalho e saber exatamente como lucro de projeto de arquitetura. Confira!
1. Avalie suas despesas
Esse é um cálculo básico, que deve ser o começo da estimativa de preço de qualquer produto ou serviço. Geralmente, é nesse quesito que arquitetos novatos se atrapalham e pagam para trabalhar sem entender o que aconteceu.
Para estimar suas despesas fixas, o arquiteto precisa colocar na conta o aluguel e a manutenção do seu escritório, os salários de funcionários, a depreciação de máquinas (inclusive computadores), licenças de softwares especializados e até gastos com equipamentos de proteção individual (EPI).
O pró-labore, que é o salário do empreendedor — não confunda-o com o lucro ou o valor de assinatura, questões de que trataremos adiante — também deve ser incluído no cálculo das despesas fixas. Um lembrete: impostos também são despesas e nunca devem ser deixados de fora dessa conta.
Também é aqui que o arquiteto avalia as despesas referentes ao acompanhamento da obra, caso ele esteja incluído no projeto. Como é algo que exige tempo e atenção por um período prolongado, a acompanhamento é uma despesa que deve ser acrescentada ao preço final do projeto, caso seja oferecida.
2. Conheça sua produtividade
É muito importante que o arquiteto conheça sua produtividade quando for formar o preço do seu negócio. Essa característica é adquirida com a experiência e talvez os mais novatos tenham dificuldade em seus primeiros projetos — justamente porque ainda não sabem mensurar isso.
Os arquitetos mais experientes podem estimar melhor qual esforço será necessário para determinado tipo de projeto e de quanto tempo precisarão para concluir a tarefa, pois já conhecem sua produtividade.
Saber esse tempo é importantíssimo: um projeto longo demais e mal precificado pode ser o fim prematuro para uma carreira, já que o profissional corre o risco de ficar sem dinheiro no meio do caminho e abandonar a obra antes do final.
3. Considere o aspecto mercadológico
Esse é o momento em que o arquiteto deve ter dados seguros de quanto foi cobrado por projetos semelhantes na região em que está a obra a ser precificada. Para levantar esses dados, ele pode contar com pesquisas e conversas com colegas de profissão — ou, ainda, com consumidores que adquiriram esse serviço.
Caso não esteja fácil encontrar boas referências de preço na mesma região, é possível considerar valores referentes a obras em áreas da cidade com características socioeconômicas semelhantes.
Saber quanto a concorrência cobra é essencial não só para estabelecer parâmetros do seu negócio com também para entender se, após calcular as despesas e a sua produtividade, ainda vale a pena aceitar o serviço.
4. Lembre-se da sua assinatura
Um projeto de arquitetura não é um serviço qualquer. Logo, não se calcula o preço dele com as mesmas regras usadas, por exemplo, para somar os valores dos tijolos e do cimento. É essencial que o arquiteto inclua no cálculo do projeto o valor da sua assinatura, da sua marca.
É importante deixar claro: isso não é o lucro do projeto de arquitetura, mas um tipo de custo especial que existe em qualquer obra de arte e está relacionada à autoria do projeto. Só o arquiteto é capaz de estimar quanto vale sua assinatura em um projeto, mas as regras para isso não são muito difíceis.
Iniciantes com pouco reconhecimento são como bandas de rock desconhecidas: mesmo que excelentes, ainda não têm uma marca forte e, por isso, não devem pesar a mão no preço. Veteranos bem-sucedidos, arquitetos premiados ou donos de um portfólio de fazer o queixo cair podem cobrar mais.
A regra vale para quase todo tipo de arte. Ainda não sabe onde você se encontra nesse espectro? Observe seu portfólio e compare-o com concorrentes. Peça a ajuda de amigos e outros especialistas nesse processo. Certamente você encontrará alguém com uma marca de valor semelhante ao seu.
5. Avalie o valor do projeto
A técnica mais comum para avaliar o valor do projeto é considerar o preço por metro quadrado. No entanto, além do tamanho do local que sofrerá intervenções, é importante somar outros elementos que contribuem para o tamanho do trabalho que o arquiteto terá, como sofisticação de acabamentos e a região em que o imóvel está instalado.
Por isso, outros métodos para calcular o valor do projeto de arquitetura podem ser usados, como o percentual — metodologia muito utilizada em outros países e recomendada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Nela, o arquiteto cobra entre 2% e 15% do valor total da obra, dependendo da complexidade das intervenções. Ou seja, nesse método já são considerados os gastos que o arquiteto terá e também o tamanho e a sofisticação da obra. Normalmente, o valor da assinatura também entra na conta.
6. Calcule o lucro do projeto de arquitetura
O lucro é, essencialmente, um retorno sobre o capital investido e deve ser considerado em todo tipo de produto ou serviço. Mesmo depois de estimar os valores do projeto que fogem de custos básicos e tangem questões como assinatura da marca e exclusividade, é necessário que o arquiteto some uma margem de lucro ao seu projeto.
Valores entre 2% e 4% são razoáveis para a margem de lucro, mas caso o arquiteto chegue à conclusão de que seus custos são baixos e sua assinatura barata, o lucro pode ser até maior, desde que esteja coerente com o aspecto mercadológico. Ou seja, ele não pode terminar com um preço muito maior que o de concorrentes sérios que oferecem condições similares.
7. Forme o preço final
Só depois de estimar tudo isso será possível somar o valor final de quanto deve ser cobrado pelo projeto de arquitetura. É muito importante ter atenção para não deixar passar nenhum detalhe, especialmente no cálculo de despesas e custos do arquiteto.
Fazer a conta errada pode significar que o lucro de projeto de arquitetura não exista — ou pior, que o arquiteto termine o trabalho com menos dinheiro do que quando começou.
E você, como faz para precificar seus projetos de arquitetura? Comente aqui no post as melhores práticas para a formação de preços dos seus serviços!