Criatividade em projetos de arquitetura: descubra os mitos!

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A criatividade em projetos de arquitetura vem sendo atrelada à extravagância visual, principalmente por pessoas leigas ou em processo de maturação profissional — muitas vezes, inclusive, destituída de real funcionalidade. 

No entanto, a arquitetura precisa se apoiar em três pilares fortes para cumprir seu devido papel: o programa, a técnica e a arte. Essa última está essencialmente conectada ao lugar do projeto, à cultura local e aos aspectos urbanísticos que interferem na vida cotidiana.

Nenhum dos pilares se beneficiam da visão atual da criatividade. E você, quer entender o que é ser criativo em arquitetura e se desvincular de vez dos mitos que só atrapalham o resultado dos seus projetos? Então, continue com a leitura.

  

Conceito de criatividade

A primeira ideia que vem à mente quando falamos em criatividade é “inspiração” — outra palavra deturpada na visão atual. Considera-se que algo é criativo quando é inusitado, imprevisto, e, frequentemente, fruto de uma espécie de talento.

O “ser talentoso” é acometido de uma “inspiração” que provoca o surgimento de algo “criativo”. A criatividade vai se destituindo de seu sentido original, que é, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a “capacidade de criar, de inventar”.

Todo ser humano é criativo, é uma das características inerentes ao homem, na medida em que, em todas as áreas do conhecimento, há sempre criação de novos conceitos. Muitas dessas novidades, no entanto, não surgem de repente, elas são fruto de evoluções geradas ao aprimorar-se conceitos já existentes.

Portanto, considerar criativo apenas o que é completamente inovador é ignorar toda a trajetória de construção do conhecimento que levou a essa inovação. A verdadeira criatividade não está apenas neste fim, mas encontra-se a cada passo do caminho.

A verdadeira criatividade em projetos de arquitetura

Ao criar, o arquiteto precisa encontrar a área comum entre o que o cliente deseja, o que o projeto necessita e as suas próprias aspirações artísticas. Muitas vezes, questões orçamentárias e de prazo parecem travar uma verdadeira batalha contra a criatividade, mas, manter-se aberto à inovação não significa ter todas as possibilidades do mundo à sua disposição.

Frequentemente, a criatividade se beneficia dos problemas apresentados, pois eles forçam a busca por uma solução. Você pode se ater ao básico, ao já testado, e aplicar fórmulas cômodas aos seus projetos — a chamada Síndrome da Jaula Pequena —, ou pode se permitir buscar respostas criativas por meio de outros processos.

Esqueça seus conceitos iniciais

Se você acredita que a Criatividade em projetos de arquitetura vem de uma faísca que depende apenas de inspiração momentânea, está enganado. Soluções criativas são encontradas por meio da aplicação de bagagem cultural, conhecimentos previamente adquiridos e foco em objetivos.

Tanto que, em geral, para quem criou a solução, ela parece sempre óbvia e nada inovadora. Steve Jobs, fundador da Apple, dizia que “quando você pergunta a uma pessoa criativa como ela criou algo, ela se sente um pouco culpada porque, na realidade, ela não criou nada. Ela apenas observou algo que lhe pareceu óbvio após algum tempo”.

Portanto, para estimular sua criatividade, não fique obcecado em encontrar a “solução maravilhosa” na qual ninguém pensou antes. Foque em resolver os problemas que você tem a sua frente com o conhecimento adquirido ao longo de toda a sua existência.

Fortaleça seu repertório

Não permita que seu mundo seja apenas a arquitetura, busque novas experiências e explore todos os aspectos culturais ao seu redor. Antoni Gaudí, por exemplo, produzia a parte da serralheria — grades, janelas, fechaduras etc.—, conhecimento que foi adquirido na oficina de seu pai, onde começou a trabalhar com apenas 8 anos de idade.

Ou seja, onde muitos costumam ver apenas um fornecedor, Gaudí viu espaço para inovação. Muito disso tem a ver com a experiência pessoal do arquiteto, mas você também possui vivências próprias. Basta exercitar a arte de mesclar conceitos.

 Utilize o design thinking

O design thinking é um método que a cada dia conquista mais pessoas. Ele se baseia em processos que levam em consideração não apenas o problema, mas a quem ele afeta e quais os fatores interferem em sua resolução.

Para a arquitetura, é uma ferramenta perfeita, porque um ambiente — parque, prédio, casa, ponte etc. — nunca é apenas um espaço. Ele tem uma funcionalidade, precisa servir àqueles que o utilizarão no contexto em que esses usuários estão inseridos.

Assim, um projeto arquitetônico que não leva em consideração esses fatores, mesmo que possua um design nunca antes visto, que seja feito de um material totalmente novo ou em uma estrutura complexa, se não atender às necessidades de seus usuários, ele terá falhado. Portanto, é papel do arquiteto fazer diariamente os passos do design thinking, que são:

  • imersão: dedicar um tempo a entrar no mundo dos futuros usuários do projeto, compreender seus valores e sua cultura, seus costumes e tentar entender de que forma eles pretendem utilizar a construção final;
  • análise e síntese: repassar toda a informação coletada na fase de imersão, traduzindo conceitos abstratos (valores, por exemplo) em um ou mais problemas a serem resolvidos com o projeto;
  • ideação: este é o momento de encontrar soluções executáveis para o problema identificado;
  • prototipação: executar a solução dentro do projeto.

Na verdade, esses passos fazem parte da vida de todo bom arquiteto. O desafio é saber mostrar esse processo ao cliente. Nesse sentido, o design thinking pode trazer a organização necessária para a transmissão de toda essa informação de forma clara e narrativa, facilitando o diálogo.

Criatividade é comprometimento

A criatividade em projetos de arquitetura não é sinônimo de extravagância. Ao contrário, muitas grandes ideias são consideradas geniais em função da sua simplicidade: são simples, mas solucionam problemas complexos.

O que está atrelado a esse conceito é a questão do comprometimento. Um projeto arquitetônico não está a serviço apenas do cliente ou do arquiteto, mas intimamente relacionado ao bem-estar das pessoas. Este é o problema número um a ser solucionado por essa que é considerada a mãe das artes.

Vimos neste texto que, a criatividade em projetos de arquitetura não é uma característica chave para fazer um esboço de sucesso. Para continue antenado, curta a nossa página do Facebook e não perca nenhuma nova dica!

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