Pedro Conti manteve a simplicidade no vídeo da música “Acabou, mas tem…” para o rapper Emicida. Veja como o V-Ray para 3DS Max o ajudou nesse projeto.
Quando falamos da última vez com o diretor freelancer e artista 3D Pedro Conti, ele nos contou sobre seu desejo de trabalhar com o rapper Emicida. Agora, esse sonho se tornou realidade com o seu clipe para a música “Acabou, mas tem…”. Começou como um projeto de quarentena, o vídeo usa modelos parecidos com bonecos e animações para contar uma simples mas poderosa história que todos podemos nos relacionar.
Com o recém lançamento do clipe da música, falamos com Pedro sobre o trabalho com Emicida, como ele encontrou soluções criativas às limitações auto impostas, e como os materiais, luzes e câmeras do V-Ray para 3DS MAX ajudaram a trazer esse conceito à vida.
Como você trabalhou com Emicida para chegarem num conceito?
Pedro Conti: Emicida e eu nos conhecemos cinco anos atrás quando tive a chance de fazer uma impressão 3D dele. Nós conversávamos muito sobre colaborar, e durante a pandemia, ele me enviou a música “Acabou, mas tem…” e me disse que queria fazer um projeto de animação para ela. Alguns anos depois, nós acabamos revivendo esse tópico já que ele estava pra lançar a canção. Não tivemos muito tempo para produzir o vídeo, então tivemos que trabalhar com uma ideia simples porém forte que também ficaria bonita — e cumprisse com o prazo.
Onde você buscou inspiração?
PC: Eu trabalhei nessa ideia como um projeto pessoal por algum tempo, baseado num poema que escrevi durante a pandemia.
Uma pessoa num barco era uma boa metáfora para tudo que nós vivemos — quando você observa o mundo ao seu redor, você vê as coisas a uma certa distância. Quando o Emicida entrou em contato comigo, ele não tinha uma ideia clara de o que fazer, então sugeri que nós usássemos esse personagem como alguém que está assistindo o mundo se mover ao redor dele. Também disse que para fazer esse filme, não precisávamos fazê-lo se mover tanto. Essas limitações nos inspiraram a ter soluções criativas e descobrir maneiras de tornar o vídeo dinâmico com técnicas de edição, câmera e cinematografia.
O que você teve que considerar ao modelar os ativos?
PC: Diego Maia foi o codiretor do filme. Ele tinha experiência em 2D, e achamos que seria muito legal misturar as técnicas. Nosso objetivo principal era de obter modelos 3D para o primeiro plano e 2D misturado com um pouco de 3D para o fundo também. Então fizemos tudo próximo da câmera ficar o melhor possível enquanto os elementos fora de foco eram ilustrados. Como resultado, o vídeo ficou complexo e dinâmico.
Os materiais ficaram super realistas. Como você fez isso acontecer?
PC: Estou gostando muito de usar o V-Ray, e fui capaz de criar muita coisa recentemente. Acho que para conseguir boas imagens, é uma mistura de diferentes coisas: direção de arte, materiais, iluminação, e escolher os melhores ângulos. O mapeamento de tons cinematográficos tem grande importância em fazer as renderizações ficarem bonitas.
Falando sobre materiais, usamos muitos materiais do V-Ray Blend para criar desgaste, poeira, etc. Uma coisa curiosa sobre esse projeto é que a maioria dos elementos foram texturizados de uma maneira muito processual. Nós não pintamos os ativos de maneira individual, e tentei tratar a cena como um todo e não dividi-la em pedaços. Isso realmente acelerou o processo e ajudou a criar materiais que poderiam ser usados em elementos diferentes. E usando o V-Ray Dirt como uma máscara, pudemos minimizar a quantidade de materiais que precisávamos, mas ainda deixando-os específicos e únicos. V-Ray Emicida
Como você configurou as luzes e a câmera para conseguir o efeito de tamanho pequeno?
PC: Tentei configurar as coisas como se estivesse trabalhando com uma maquete de verdade. O personagem tem cerca de 10 centímetros de altura, isso ajudou muito com o comportamento das luzes e câmera. Usei uma única configuração de luz e ajustei suas cores e posição conforme a sequência. Fora isso, a iluminação era bem simples, e a configuração funcionou muito bem para todas as cenas. Não faço muito trabalho de câmera, a não ser que seja uma cena muito específica.
Nos conte um pouco sobre a composição do projeto.
PC: O legal desse projeto foi que eu quase nem produzi as cenas. Tínhamos cerca de 75 cenas para produzir, e consegui fazer tudo sozinho em termos de renderização. Amo usar os ajustes de cor do V-Ray; eles me ajudam a deixar a cena praticamente finalizada. O único trabalho de composição foi executar um pequeno denoiser, e boom! Trabalho feito. Algumas cenas exigiram um cuidado extra em termos de composição, como a cena onde vamos do ambiente principal até o coração — aqui, nós compusemos duas cenas diferentes em uma só.
Como você renderizou o projeto?
PC: O projeto foi renderizado online no Rebus Farm. Algumas cenas foram renderizadas localmente, mas tudo fluiu muito bem durante a produção. V-Ray Emicida
Qual foi o maior desafio, e como você superou ele?
PC: Foi complicado chegar em um soluções criativas para contar a história e mantê-la interessante. Então a edição foi definitivamente um grande desafio, mas uma parte muito gostosa de se fazer. Mais da metade do filme foi criada diretamente no 3D, sem storyboards, isso foi uma maneira empolgante para expressar ideias. O V-Ray estava envolvido desde o primeiro dia de produção para prototipar o que o filme iria ser. Então foi ficando mais e mais. Eu amo a possibilidade de usar o 3D como uma ferramenta de pré-produção. Eu gostava de descobrir a câmera — não é fácil chegar a uma ideia diferente para o mesmo cenário, mas foi um exercício interessante.
Como o projeto foi recebido?
PC: Foi incrível! Primeiramente, colaborar com o Emicida foi uma oportunidade incrível. Ele é um artista muito relevante na indústria Brasileira, e ele amou o filme. Nós lançamos o filme recentemente, e atraiu mais de um milhão de visualizações. Os clipes animados não são muito comuns aqui, mas as pessoas amaram. É uma boa contribuição para a indústria brasileira e uma maneira de inspirar mais pessoas a fazer animações. V-Ray Emicida
No que você está trabalhando a seguir?
PC: Esse clipe foi uma oportunidade divertida de explorar algumas ideias que estavam na minha mente, e realmente me inspirou a continuar criando. Então estou de volta com alguns projetos que estive explorando: criar curtas, poesias, mixar músicas e animação. Irei compartilhar mais das coisas em que estou trabalhando!
Leia mais!