Dicas de V-Ray para melhorar a sua iluminação

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Técnicas de iluminação podem fazer uma boa renderização ficar ótima. O expert Ricardo Eloy compartilha dicas para dar vida às suas cenas com iluminação natural e artificial para garantir o realismo.

Se você tem acompanhado nossa série de blogs mostrando como usar um renderizador como aprimorador de produtividade, você provavelmente percebeu as belas imagens que ilustram nossos artigos de V-Ray. São imagens lindas que demonstram todo o potencial do V-Ray, e às vezes é fácil esquecer exatamente oque é preciso para você e seu software 3D chegarem nesse resultado. Nós já sabemos que o V-Ray facilita a criação de renderizações perfeitas, mas qual o primeiro passo para uma iluminação realmente realista?

1. Que haja luz!

Até o modelo 3D mais detalhado e complexo precisa de iluminação para ser visto, e há literalmente milhares de maneiras diferentes para iluminar sua cena. Então, por onde começar?

Bem, primeiramente vamos determinar nosso tema. Afinal de contas, temas diferentes precisam de iluminações diferentes. A chave aqui é planejar como você gostaria que seu projeto fique. Por exemplo, um prédio comercial pode parecer OK durante o dia, mas impressionante durante o pôr do sol. Ou, para uma cena interna, talvez uma foto noturna é tudo o que você precisa para seu cliente se apaixonar pelo seu projeto.

Após decidir o horário do dia, o próximo passo é analisar sua cena e determinar as fontes de luz, classificando-as de acordo com sua importância. Por exemplo, uma grande janela é sempre uma fonte de luz importante e pode ser um bom ponto de início para sua iluminação já que ela faz um ótimo trabalho preenchendo sua cena com uma luz ambiente agradável e suave. Você também pode brincar com a intensidade da iluminação para criar vários efeitos, variando de um dia de sol brilhante, para um céu nublado, adicione uma luz do sol para obter mais realismo, e assim por diante.

Walter Knoll Interiors © 747 Studios

2. Brilhe!

Iremos focar na renderização arquitetônica, mas esses passos se aplicam a basicamente todas as áreas.

Após decidir como você quer que sua cena fique, é hora de esclarecer o assunto. Nós todos já sabemos que o V-Ray possui inúmeras ferramentas para fazer suas renderizações sejam fiéis à realidade. Além de poder contar com a Iluminação Global de última geração para distribuir a luz em sua cena, sombras físicas com reflexos e refrações precisas garantem que seus materiais irão sempre se parecer corretos e, junto da biblioteca de materiais da Chaos Cosmos e Chaos Scans, você terá certeza de que tudo irá se comportar como deveria. Com essa base sólida, você pode começar a ser criativo com sua iluminação.

Dieffebi Spa © 747 Studios

3. Deixe a luz do sol entrar

Para manter as coisas reais, vamos começar com fontes de luz que você sabe que devem estar na cena. Por exemplo, o sol. Que horas são? O sol entra por uma janela aberta? Se sim, ele ilumina todo o quarto?

Aqui vai a primeira dica primordial: a luz do sol não é o suficiente para iluminar um cômodo.  

Se você abrir a janela num dia nublado, não há um sol visível no céu, mas a luz entra pela janela, certo? E isso acontece porque a luz do sol é espalhada por toda a atmosfera até mesmo se você não conseguir ver o sol diretamente (ele está lá, eu juro!).  

Para imitar essa iluminação de tempo nublado, você tem duas opções: adicionar um V-Ray Sun e um V-Ray Light Dome usando o VRaySky ou um V-Ray Light Dome usando um HDRI (você pode encontrar uma grande coleção de HDRI’s no Chaos Cosmos para iluminação baseada em imagens). Ultimamente tenho usado muito a dupla V-Ray Sun/Sky. Me dá um controle enorme sobre como a luz do sol irá ficar e, no V-Ray 6, você ainda pode ter nuvens processuais! Basicamente, não há nada que você não consiga fazer com ele e os resultados são incríveis, te entregam não apenas o visual mas também uma iluminação muito realista pois o céu resultante funciona como uma fonte de luz complexa também.

4. Ligue as luzes brilhantes 

O design de iluminação é uma parte integral do design de interiores. A luz pode literalmente fazer dar certo ou acabar de vez com um design, então ela não pode ser negligenciada.

Assim como fizemos com o sol, precisamos checar todas as fontes artificiais de luz e ver se eles podem contribuir para nosso design, fazendo-o mais atraente, ou mais dramático. Para essa tarefa, você pode escolher uma variedade de tipos de luz, onde o V-Ray Light (que pode tomar formas diferentes, como retângulo, disco, esfera, e até mesmo geometrias mais complexas que agem como objetos de luz) e a luz fotométrica são a solução quando o assunto é interiores. Usar um ponto de luz pode não ser uma grande ideia aqui, já que é provavelmente o tipo de iluminação menos realista disponível em um software 3D e a iluminação produzida por esse tipo de luz não oferece os mesmos controles que você conseguiria com luzes de área, por exemplo.

Escolha a iluminação que melhor se aproxima da luz real no design e posicione-a como se fosse real.

Norsouth © Bertrand Benoit

E então, temos uma segunda dica: você não precisa ligar todas as luzes. Use a iluminação artificial para pintar suas cenas com luzes, sombras e cores. Por exemplo, você pode balancear a luz azul que vem da janela com um pouco de luz quente vindo de uma lâmpada. Brinque com a luz, sua cor e intensidade para contar sua história da melhor forma possível. Com essa intenção, luzes direcionais podem adicionar contrastes interessantes e destaques também.

Você também pode pensar como um fotógrafo real e usar pontos de luzes e áreas de luzes para imitar luzes de estúdio e adicionar um sabor extra para sua iluminação.

5. Da forma que você quiser

Como mencionamos antes, criar a luz ambiente é provavelmente o passo mais importante na iluminação de uma renderização. Definido mais comumente pela luz natural que vem de aberturas como portas e janelas e cria uma iluminação indireta mais suave e agradável, é uma maneira poderosa para preparar o espaço para toda a cena, e pode ser criado usando uma variedade de técnicas.

Há mais de uma maneira de criar iluminação ambiente em uma cena. O método mais fácil e popular é usando um domo de luz (Dome Light). De fato, usar o V-Ray Dome Light é uma boa maneira de começar, já que ele é flexível suficiente para permitir usar técnicas diferentes, desde uma única cor sólida até mapas HDR complexos e o Physical Sky do V-Ray com nuvens procedurais.

A vantagem principal dessa abordagem é o nível de realismo e controle que ele oferece. Te permite criar virtualmente qualquer tipo de iluminação, dia ou noite, te dando liberdade de ser criativo com sua iluminação.

Embora seja discutível que usar um HDR ou um Physical Sky te entregaria resultados similares, há algumas diferenças principais. Usar uma imagem de alto alcance dinâmico (HDRI), muitas vezes chamada de iluminação baseada por imagem, pode de entregar uma iluminação complexa com pouquíssimo esforço e costuma ser extremamente realista, enquanto o sistema fisicamente preciso de sol e céu do V-Ray te dá total controle da sua iluminação, desde a posição e intensidade da luz do sol até a aparência das nuvens no céu. De qualquer forma, ambas abordagens te darão bons resultados garantidos.

© Flying Architecture

6. A globalização

Agora que preparamos nossa luz ambiente, é hora de deixá-la preencher a cena. Enquanto a luz chega nas diferentes superfícies em uma cena, ela rebate em várias direções, com cores e intensidades diferentes. O cálculo dessa iluminação indireta é, em poucas palavras, oque chamamos de Iluminação Global (GI).

Como você pode imaginar, esse pode ser um cálculo bem intenso. Há literalmente incontáveis possibilidades por aqui, e tentar calcular todos os raios de luz e seus rebatimentos levaria um tempo gigantesco, até o ponto que se torne impossível. Por isso mecanismos de renderização usam formas diferentes para se aproximar desses cálculos, e a qualidade dessas aproximações é crucial para o realismo da imagem. Isso é o que chamamos de “renderização tendenciosa” e é a maneira mais efetiva para renderizar uma cena com velocidade e realismo.

O mecanismo de iluminação global do V-Ray é rápido e muito certeiro, requer ajustes mínimos para chegar a uma iluminação muito realista. Claro, você ainda terá total controle de cada aspecto dos cálculos da Iluminação Global se quiser, proporcionando o balanço perfeito entre qualidade e velocidade

7. Jogo de sombras

Carl Jung uma vez disse, “Não há luz sem uma sombra,” e isso é especialmente verdade para renderização de imagens foto realistas.

Um desentendimento comum na iluminação é a crença que uma “boa” iluminação é igual a “muita” iluminação. No entanto, isso está longe da verdade. As sombras têm um papel crucial na criação de profundidade e contraste de sua cena. Sem elas, o realismo e estética da imagem pode ficar severamente comprometida. Sombras não são apenas a ausência de luz; elas são um elemento essencial que complementa e aprimora a iluminação, providenciando um senso de espaço e dimensionalidade.

É importante reconhecer que fontes de luzes diferentes projetam diferentes tipos de sombras. Por exemplo, uma luz direcional, um foco de luz, ou lâmpadas de teto geralmente projetam sombras mais nítidas e definidas. Por outro lado, uma janela iluminada ou uma luz de área produzirá sombras mais suaves e difusas, apropriadamente chamadas de “sombras de área.” Essas variações na qualidade das sombras, por conta das diversas fontes de luz, traz a complexidade e nuance encontrada nas configurações do mundo real. Essa diversidade é a chave para conquistar o alto nível de realismo que é marca registrada das cenas renderizadas com maestria.

Sombras não são apenas um subproduto da iluminação; ela é um componente integral que enriquece a cena, e literalmente todas as luzes irão produzir sombras. Compreender e manipular habilmente as sombras é essencial para conquistar o nível desejado de realismo na criação de imagens em 3D.

© Brahim Halawani

8. Vivendo no mundo material

Nós discutimos como a iluminação em uma cena rebate e muda sua cor e intensidade, mas por que isso acontece? A resposta depende não apenas da cor, posição e intensidade da luz, mas também significativamente dos materiais presentes na cena. Materiais diferentes reagem à luz de maneiras únicas, influenciados por sua cor, brilho, reflexo, transparência – essencialmente, suas propriedades físicas.

Apesar de texturas usadas para representar concreto, pedra, plástico, etc, serem cruciais, elas são apenas uma parte da equação. O ponto chave real para conseguir materiais bonitos é compreender como eles reagem à luz no mundo real. Notavelmente, a aparência do material pode mudar entre mármore, vidro, ou metal ao alterar somente um único parâmetro. Isso destaca a importância de definir cuidadosamente as propriedades de um material.

O V-Ray Material é equipado com tudo que você pode precisar para criar os materiais mais realistas. Te dá controle completo da aparência dos materiais e de sua interação com as luzes. As predefinições de material básico oferecem uma variedade de pontos de partida, permitindo mudar a aparência do material garantindo a exatidão física desde o início.

Além do mais, você pode utilizar e até mesmo modificar materiais do Chaos Cosmos. Eles vêm com todas as propriedades físicas e texturas necessárias, facilitando um trabalho mais rápido e preciso.

9. Testando, um-dois-três…

Antigamente, uma das razões principais pela qual era difícil conseguir imagens realistas era o tempo necessário para testá-las. Testar uma renderização na maioria das vezes levava horas, então as pessoas acabavam mantendo as coisas mais simples.

Mas isso em tempos antigos. Agora, podemos aproveitar as capacidades de renderização em tempo real do V-Ray para testar exaustivamente a iluminação, materiais e mais, sem perda de tempo. Eu particularmente confio muito no IPR do V-Ray para fazer dezenas de testes em tempo real (você também pode usar o V-Ray Vision, disponível para o V-Ray para SketchUp, V-Ray para Rhino, e V-Ray para Revit), e também adoro enviar minhas cenas para o Chaos Vantage para usar o ray tracing em tempo real para ver instantaneamente como a cena está ficando, e levar tudo ao próximo nível.

Então, nossa terceira dica é: teste sua iluminação o máximo possível.

10. Luzes, câmera … AÇÃO!

Eu sei que estamos falando de luzes, mas por incrível que pareça, luzes são apenas uma parte da equação quando o assunto é realismo. Sua câmera faz uma grande parte do trabalho por aqui, e saber como usá-la é extremamente importante para alcançar os resultados que você deseja. Isso significa que nossa quarta dica é: conheça sua câmera.

A maneira como a luz é capturada pela câmera é uma grande parte de como a imagem ficará (todos nós já tiramos fotos ruins com nossos celulares antes, não é mesmo?). Por isso o V-Ray vem com uma Physical Camera (câmera física) que é simplesmente o mais real possível. Controles de câmera do mundo real te permitem trabalhar como um fotógrafo, renderizando imagens com uma profundidade de campo detalhada e desfoque de movimento cinematográfico que levam o realismo a um novo nível. Adicione efeitos de lente como brilho e reflexo para trazer aquele toque extra de autenticidade, e você está pronto.

11. No ar essa noite 

Mencionamos que a luz se espalha através da atmosfera, causando aquela luz azulada em um dia nublado. Mas oque acontece quando não está apenas nublado mas também com neblina?

Bem, isso nos leva a nossa dica final: o ambiente tem um papel importante na sua iluminação

Isso significa que sob certas circunstâncias, você pode ver os raios de luz vindo de sua fonte (o sol, uma lâmpada, um ponto de luz no teto), que adiciona uma camada de realismo totalmente nova para sua iluminação. É uma das coisas que as pessoas não esperam ver mas faz tanto sentido quando está lá que torna toda a imagem muito mais verossímil.

Para criar esse efeito em suas cenas, o V-Ray trás a Neblina de Ambiente (Environment Fog), que te deixa criar efeitos atmosféricos que adicionam profundidade e complexidade para qualquer cena, tornando a renderização muito mais realista. 

Doodling Around © Double Aye

Faixa bônus: Aí vem o sol

Renderizar uma cena exterior pode parecer mais simples do que as interiores, mas muitas vezes apresenta desafios únicos. Enquanto as cenas internas normalmente se beneficiam de múltiplas fontes de luz, as cenas externas dependem de poucas fontes de luz naturais. Essa limitação significa que existem poucas oportunidades de “enganar” o espectador para ele perceber o realismo, tornando crucial não apenas o uso das ferramentas corretas, mas também a forma de aplicá-las com destreza.

Curtindo um mundo livre

Primeiramente, apresentamos o V-Ray Light Dome para simular a luz do céu, juntamente do V-Ray Sun. Essa combinação é particularmente poderosa, capaz de criar céus completos, realísticos com nuvens, rastros e dispersão de luz. Esses elementos contribuem para a iluminação geral, aprimorando a credibilidade do céu enquanto oferecem um grande controle do resultado final. Para um guia detalhado sobre como utilizar essa configuração, veja esse tutorial:

Uma dica profissional é aproveitar o V-Ray IPR para ajustes interativos na aparência do céu. O feedback em tempo real fornecido pelo IPR, juntamente da liberdade criativa fornecida pelo sistema V-Ray Sun/Sky, forma um kit de ferramentas ideal para conquistar um realismo inigualável em suas cenas externas.

Renderizando na luz

Já se foi o tempo em que conseguir uma iluminação realista era uma tarefa assustadora. V-Ray te dá as ferramentas para iluminar suas cenas da maneira mais realista possível  sem ter que se preocupar com configurações complicadas ou tempos de renderização extensos. Ao invés disso, você pode focar em ser criativo e deixar o V-Ray fazer o resto.

Loft Interior © Deniz Atli

Agora, que tal testá-lo por sua conta? Você pode entrar em contato conosco agora mesmo para testar o V-Ray e entender o porquê dele ser usado por milhares de artistas da visualização arquitetônica e estúdios de efeitos visuais diariamente. E se você nunca mexeu no V-Ray antes, não deixe de conferir esse vídeo para aprender como começar nesse renderizador de qualidade! 



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