Case de Sucesso: Veja como Rodrigo Sotero utiliza V-Ray Collection em suas animações

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No Case de Sucesso desse mês, convidamos Rodrigo Sotero para um bate papo sobre o V-Ray Collection e como utilizar essa incrível coleção de ferramentas em animações, correções de cores e em criações.

Rodrigo Sotero é Diretor de Animação, Supervisor de VFX, Colorista, Fotógrafo e pai da Alice. Teve seu primeiro contato com o mundo do 3D em 1987, aos 13 anos de idade, enquanto estagiava em uma Construtora, e assistia os Engenheiros trabalhando no AutoCAD 2.5. No mesmo ano, depois de muita insistência, ganhou de seu pai seu primeiro Computador, um PC XT 4.77Mhz. A partir desse ponto, se apaixonou pelos Softwares da época, de produção em 3D e animação: Deluxe Paint III, Tips, Topaz, e o principal: Autodesk 3D Studio DOS. No final de 1987 saiu do estágio, e entrou no programa de Trainees da Realplan, no finado Banco Real, aonde ficou dos seus 13 aos 15 anos de idade aprendendo todo tipo de programação em linguagens de baixo nível, como JCL, PL1, Assembler, Fortran, Roscoe e Adabas.

Carreira

Começou sua carreira no 3D aos 17 anos na produtora ASK, onde produziu por exemplo, vinhetas para 5 telejornais da TV Bandeirantes. Consequentemente, em 1997, já havia passado por renomadas empresas como Diana Multimídia, Casablanca, Tapehouse, Chroma Filmes e Vetor Zero, aonde nesta época, focou o estudo em pós-produção (Discreet Flint e Flame) e, mais importante, aprimorando ainda mais todo o processo de criação 3D.

Na Chroma, produtora onde dirigiu seu primeiro filme, ganhou com ele o prêmio “Galo de Prata” no Festival de Gramado, produzido para a agência NewcommBates. Em 1999, foi para a Trattoria Di Frame, onde ficou por quatro anos, então se especializou em criação e animação de personagens, produzindo comerciais para o Brasil e para o exterior. Depois dessa grande escola na animação, dirigiu filmes em algumas produtoras, como PixPost e Estúdio Mol, o qual foi sócio e responsável pelo núcleo de animação.

Na Fliperama, Estúdio que fundou em 2006, foi premiado com 5 Leões em Cannes, 2 Ouros no Wave Festival, dentre vários outros prêmios internacionais.

totalCAD: Rodrigo, bem-vindo ao nosso case de sucesso. Gostaria de começar pedindo para você falar mais sobre como trabalha com o O V-Ray Collection no seu dia a dia. E quais os softwares da vertical de produtos da Chaos você utiliza?

Rodrigo: Olá pessoal! Trabalho com o V-Ray há vários anos, tendo passado por praticamente todos os renders do mercado, nativos e externos do 3dsMax. O V-Ray é o que melhor me atende na facilidade em chegar em um resultado realista, ao mesmo tempo que tem a complexidade e liberdade de controlarmos todos os settings, podendo otimizar o resultado, de acordo com a necessidade, equilibrando prazo e qualidade. Na Fliperama tínhamos uma renderfarm com estações Dual Xeon, e o V-Ray Workstation, juntamente com as licenças de render nodes, facilitavam a vida podendo renderizar nossas animações em um curto espaço de tempo.

Outro software que uso bastante é o Phoenix FD, para simulações de Líquido, Fogo e Fumaça. A integração com as cenas dentro do 3dsMax ajudam muito na otimização do workflow, quando se precisa de qualidade e interação com os objetos da cena. Ter o preview na viewport usando GPU, e com isso poder visualizar como será o resultado final, é muito útil também.

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totalCAD: Quais são as tarefas mais difíceis de realizar no seu dia a dia de trabalho que o VRay Collection tem ajudado a facilitar?


Rodrigo: Eu não diria difícil, e sim trabalhoso e demorado, sempre foi setar shader e iluminação. Ajustar os parâmetros, cor, reflexo, refração, etc… renderizar, ver que não está bom, ajustar tudo de novo, e repetir o processo até chegar no resultado esperado. Então, hoje com o recurso do V-Ray IPR na viewport, de ir ajustando a iluminação e os materiais, e vendo em praticamente tempo real na tela com o Progressive Render, deu um ganho absurdo de tempo de execução dos projetos, pra chegar no resultado planejado. Realmente não consigo
mais me ver sem esse recurso.

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totalCAD: A inspiração para cada trabalho vem de maneira natural ou você possui um método para fazer sua criatividade entrar em ação?

Rodrigo: Sempre que recebo um briefing, além de esboçar os layouts, gosto de fazer testes funcionais, renders e animações simples, blocadas, e apresentar para o cliente aprovar o conceito do que estou criando, se estou no caminho do que ele imaginou. E nesse processo quase sempre acabo achando alguma técnica ou solução que faça o projeto evoluir ainda mais.

Recentemente criei também o lettering de um vídeo clipe, que o texto seria feito de chocolate, e por estar em um deserto árido, ele deveria derreter. Então eu testei várias formas das letras derreterem, e sempre acabava prejudicando a leitura, e as letras ficavam distorcidas. Depois de vários testes com o Phoenix, acabei chegando numa solução de criar as letras somente com um displacement pra dar uma camada de chocolate fixa, pra manter a leitura das letras, e joguei por cima uma calda de chocolate que escorria pelas letras. Então, as vezes acabo indo por vias diferentes do que imaginei na concepção do projeto, e acabo tendo resultados além do esperado.

 

totalCAD: E quais são as tarefas mais divertidas que fazem o seu dia ficar mais leve?

Rodrigo: Nesse período de pandemia, em home office, ter pausas para brincar com minha filha de 6 anos ajudam muito até no processo criativo. Sendo assim, desenhar, modelar com massinha, e cantar músicas com ela, vezes me fazem enxergar caminhos alternativos para algumas etapas que estavam estagnadas. Fora isso, adoro testar novos programas, plugins, ver o que tem de novas tecnologias que possam ajudar a evoluir meu trabalho, isso é um hábito que tenho até hoje.

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totalCAD: Como você divide os seus estágios de trabalho?

Rodrigo: Começo esboçando as cenas principais, às vezes no papel, mas muitas já direto no 3D, fazendo Base Mesh e colocando a câmera no tempo e nas posições corretas. Com isso faço uma blocagem no tempo de uma locução guia, pra aprovar com o cliente a montagem e os enquadramentos. Com isso, tenho a estrutura do filme pronta, e aí sim começo as etapas mais comuns: Modelagem, Rigging, Animação, Render e Pós. Já quando vou finalizar um material filmado, como um video clipe ou comercial, e recebo a montagem pronta, faço o Color Grading no DaVinci Resolve, e o resultado vai para o After Effects pra ser composto com o 3D renderizado no V-Ray.

 

totalCAD: O V-Ray Collection é útil para múltiplos softwares, quais são os que você mais utiliza?

Rodrigo: Atualmente uso o V-Ray somente no 3dsMax. Tenho uma licença do Maya, mas não uso há muito tempo. Quero testá-lo no Blender e na Unreal Engine em breve.

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totalCAD: Quais você acha que serão as principais tendências na indústria da animação daqui para frente? Acredita que o render em tempo real igual ao Chaos Vantage é o futuro?

Rodrigo: Ótima pergunta! Sem dúvida penso que o futuro do 3D será render em tempo real, por GPU, como vemos na Unreal e nos jogos de PS5.

O Vantage usa a mesma tecnologia de render Ray Trace em tempo real, usando as novas placas Nvidia RTX pra isso. Ele tem ainda o Live Link, que converte a cena do 3dsMax para o formato .VRSCENE e a abre no Vantage, podendo ver a cena renderizada em tempo real mesmo. Ainda faltam algumas coisas, como o Displacement, Vray Fur, mapa de roughness, e especialmente poder importar Vray Proxies com deformação de malha, mas vejo uma evolução rápida da Chaos com ele, então imagino mesmo que a ferramenta seja um dos focos principais deles pro futuro. Logo, para renderizar um personagem animado, com roupas e cabelo, ainda não é possível, mas para arquitetura, tendo uma câmera animada dentro de um ambiente, ele é perfeito!

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totalCAD: Então você acha que o V-Ray Collection é essencial para criação de cenas 3D?

Rodrigo: Fora os principais V-Ray e Phoenix, tendo no conjunto o Vantage, a biblioteca de objetos do Cosmos e coleção de Chaos Scans sem custo adicional, para eu workflow, então ele se tornou sim imprescindível.

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totalCAD: Qual o projeto mais desafiador que você desenvolveu?

Rodrigo: Apesar de trabalhar há 30 anos na Publicidade, que tem exigências de alta qualidade e prazos curtos, o trabalho mais desafiador que já desenvolvi foi um video clipe que tive 100% de liberdade criativa, e justamente por isso enfrentei minha própria exigência e perfeccionismo para fazer o melhor trabalho possível. Nele pude comprovar que a tecnologia empregada no V-Ray e Phoenix fizeram toda a diferença no resultado final.

Por tanto, o projeto foi o clipe “Atenção” do Pedro Sampaio com a Luisa Sonsa, dirigido pelo Fernando Moraes. Nele criei uma releitura da “Fantástica Fábrica de Chocolate”, com tonéis borbulhando chocolate, uma fonte que minava caramelo, uma cachoeira e bolhas de chocolate que saiam pelas chaminés. Então todos os líquidos foram simulados com o Phoenix, já o render, produzido com o V-Ray, utilizei a versão híbrida que usa GPU+CPU, aliado ao Denoiser da Nvidia que tem um algoritmo baseado em Inteligencia Artificial, me entregaram os renders em 4k de uma forma tão rápida que não precisei me preocupar com o tempo de render, e pude focar nos detalhamentos desse projeto tão complexo, e que fiz totalmente  sozinho.

totalCAD: E quais são as sugestões para alguém que começou a utilizar o V-Ray Collection agora?

Rodrigo: No próprio site da Chaos tem ótimos tutoriais e cenas de exemplo pra serem estudados, sobre V-Ray e Phoenix, para todos os níveis, de iniciantes à avançados. O fórum deles é ótimo também, que dão o suporte necessário com muita agilidade.

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totalCAD: Quais seriam as principais dicas que você gostaria de ter recebido no início da sua carreira, e que daria para alguém que está querendo começar agora?

Rodrigo: Eu costumo refletir o seguinte pensamento: Você é o que você faz, não o que você quer ser! Se quer se tornar alguém nessa profissão, estude muito, e quando achar que já aprendeu o suficiente, estude ainda mais! Já recebi pessoas para entrevista de vaga, que ao perguntar o que buscavam na área, a resposta era: – Eu quero ser um Diretor! Mas não tinham nem conhecimento, nem foco no básico.

Não vejo glamour algum em ter um cargo de direcionamento, mas o ego vem junto com muitos artistas. O cargo reflete o que se faz, o resto é consequência. Acho que o mais importante é focar no conhecimento das ferramentas, testar, experimentar, pois os resultados vem com o estudo e a prática. E no mundo de hoje, aonde existe tutorial do básico ao mais avançado, e em todos os idiomas, realmente só não aprende quem não quer.

Para conhecer mais de seus trabalhos, acesse e siga:
www.vimeo.com/rodrigosotero
www.instagram.com/rodrigosotero

 

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